quarta-feira, 21 de outubro de 2009

domingo, 18 de outubro de 2009











A Mata Atlântica acompanha o litoral brasileiro do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, englobando áreas de dezessete estados. Como ela está presente em diferentes regiões do Brasil, apresenta diferentes ecossistemas, com variações em relação à fauna, vegetação, solo, relevo e características climáticas. Mas existem alguns elementos comuns por todas as regiões de Mata Atlântica. São esses elementos que vamos destacar, para que você saiba mais sobre essa preciosidade que encantou os conquistadores.
Fauna
Na Mata Atlântica já foram encontradas cerca de 260 espécies de mamíferos, 620 de aves, e 260 de anfíbios, além de muitos répteis e insetos. Ela abriga 383 dos 633 animais ameaçados de extinção no Brasil. Entre os que correm o risco está o mico-leão-dourado, que adora passear pelas árvores da mata.
Outros mamíferos também vivem nesta mata: bichos-preguiça, gambás, morcegos, furões, saguis e pacas são normalmente vistos neste ambiente, que guarda ainda outra surpresa: o muriqui, maior macaco do continente.
Dos répteis, podemos destacar o jacaré-de-papo-amarelo, cágados, cobras corais e teiús, espécies de lagartos que podem passar de um metro de comprimento. Entre as aves mais comuns estão o sanhaço, o pica-pau, a jacutinga, a araponga e os gaviões.
Vegetação
Para facilitar o estudo dos vegetais que formam esta mata, os pesquisadores classificaram a vegetação de acordo com o que chamam de extratos. No extrato superior estão as árvores também mais altas, as que recebem grande parte da luz do sol. Nesse extrato, que também pode ser chamado de dossel, estão árvores como o manacá-da-serra e o guapuruvú.
Logo abaixo do dossel, está o extrato arbustivo, do interior da mata, que reúne espécies sob a sombra das árvores mais altas. No extrato arbustivo, há árvores como a jaboticabeira, a palmeira-juçara, a begônia, o jatobá, a quaresmeira e o ipê.
O extrato mais baixo é o herbáceo, formado por plantas de tamanho pequeno que vivem próximas ao solo. Neste grupo estão arbustos baixos, ervas, gramíneas e musgos.
Se as árvores do dossel capturam a maior quantidade de luz solar e depois delas as plantas do extrato arbustivo também buscam um pouquinho desta luz, quanto será que sobra de luminosidade para as plantas mais baixas, que se encontram lá dentro da mata fechada? Sobra pouco mesmo, mas sobra. Folhas grandes presentes nos vegetais dos extratos mais baixos são um mecanismo de adaptação que aumentam a superfície de captação da luz.
O pau-brasil, planta hoje difícil de se encontrar, era comum antigamente e foi o primeiro alvo dos exploradores portugueses, que utilizavam uma substância colorante extraída da árvore, a brasileína, para fazer tinta vermelha.
Relevo
A Mata Atlântica se estende por toda a planície costeira, alcançando a cadeia de montanhas que acompanha a costa brasileira. Esta cadeia recebe nomes diferentes de acordo com a região pela qual passa. No sudeste, por exemplo, um pedaço dela recebe o nome de Serra do Mar.
Entre a planície e as montanhas existem algumas colinas e morros arredondados. Um deles, aquele que chamou a atenção de Pero Vaz de Caminha, é o Monte Pascoal, na Bahia. Com 586 metros de altura, o monte ganhou este nome porque na ocasião da chegada dos portugueses era época de Páscoa.
Solo
O solo desta mata é em geral bastante raso, pouco ventilado, sempre úmido e recebe pouca luz, pois, como já vimos, a maior parte da luminosidade é absorvida pelas folhas das árvores mais altas.
É um solo pobre, mas que tem a fertilidade garantida pela existência do que se chama serrapilheira: uma camada com restos de vegetação, como folhas, caules e cascas de frutos que cobrem a superfície do solo.
A decomposição desta grande quantidade de matéria orgânica é o que garante a reciclagem de nutrientes no meio. Os nutrientes que estão na serrapilheira e são absorvidos pelo solo acabam retornando às plantas, em um ciclo que garante a vegetação exuberante deste bioma.
Água
Nas regiões de Mata Atlântica estão localizados reservas de água necessárias ao abastecimento de 70% da população brasileira. No bioma existem rios que fazem parte de sete das nove bacias hidrográficas do país.
Estamos falando de uma floresta muito úmida: a chuva que escorre por folhas e troncos e acelera o processo de decomposição no solos também infiltra-se nele, alimentando lençóis freáticos, o que, por sua vez, pode gerar olhos d´água e nascentes. Os rios são também alimentados pela água das chuvas e podem ter seus cursos modificados pela intensidade delas.
Clima


Como está espalhada por todo litoral brasileiro, a Mata Atlântica está submetida a climas diferentes, de acordo com cada região. Sendo assim existem pedaços da mata marcadas pelo clima subtropical úmido no sul; outros marcados pelo clima tropical e outros ainda que ocorrem muito próximas à caatinga semiárida nordestina.
Mas existe um fenômeno que marca todas as regiões de floresta atlântica, de norte a sul do país: a grande quantidade de chuvas, resultado da proximidade do mar e dos ventos que
sopram do oceano em direção ao continente. Esses ventos levam massas de ar muito úmidas, as quais, quando encontram as montanhas que cercam a Mata Atlântica, se condensam e se transformam em chuva.

Quem é Ary Thiers

Nascido no dia primeiro de junho do ano de 1937, na cidade de Camocim, litoral oeste do Ceará, Ari Thiers é o um cidadão que não mede esforços para conseguir atingir seus objetivos. É daqueles que batalham incessantemente para ver seus sonhos se tornarem realidade. Amante do meio ambiente, Ary, em 1976, veio morar no Conjunto Habitacional Beira Rio, na Barra do Ceará, em Fortaleza. Assim que chegou ao bairro, logo mostrou um aguçado interesse por assuntos ligados aos temas, social e ambiental. A atuação de Ari Thiers na sua comunidade e bairros adjacentes sempre se destacou. Nas escolas do Conjunto Beira Rio, Ari Thires começou a traçar seus planos de incentivar uma consciência crítica ecológica. Por conta desta total dedicação ao meio ambiente, Ari conquistou dezenas de certificados de cursos, encontros, seminários, enfim, eventos que lhe renderam mais conhecimentos. Isso, aliado a sua vontade de fazer acontecer, se transformou em ações. Seus diversos trabalhos sociais, a maioria de interesse ambiental, foram motivo de muitas reportagens na imprensa local e tem o reconhecimento de várias instituições ligadas ao meio ambiente, a exemplo da Semace, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente, que tem Ari Thiers, como um grande parceiro.

Prêmios

O ambientalista Ary Thiers será homenageado hoje, dia 8, na 145ª Reunião Extraordinária do Coema, que acontece a partir das 14h30min, no Auditório Régia Nântua, da Semace. A homenagem faz parte da programação comemorativa da Semana Nacional do Meio Ambiente.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Bioma Caatinga



A caatinga é um bioma que se concentra na região nordeste do Brasil. Ocupando cerca de 12% do território nacional, ela cobre grandes faixas do Ceará. Nas regiões de caatinga, o clima é quente com prolongadas estações secas e o regime de chuvas influencia na vida de animais e vegetais. A diversidade de espécies é menor, quando comparado a outros biomas brasileiros como a Mata Atlântica e a Amazônia. Entretanto, estudos recentes revelam um alto número de espécies endêmicas, isto é, espécies que só ocorrem naquela região. A vegetação se caracteriza por arbustos tortuosos, com aspecto seco e esbranquiçado por quase todo ano.
Fauna A maioria dos animais da caatinga tem hábitos noturnos, o que evita que se movimentem em horas mais quentes. Os lagartos são muito comuns na região: 47 espécies deles já foram catalogadas. Entre elas estão o calango verde e o calanguinho. Ainda entre os répteis também se destacam as serpentes. Até agora foram encontradas 45 espécies de serpentes. A cascavel é uma das cobras mais vistas na caatinga.
Os anfíbios são animais numerosos na caatinga. Para falar dos mais conhecidos, podemos citar o sapo cururu e a jia de parede. Algumas aves são moradoras típicas da caatinga. É o caso do carcará, da asa-branca e da gralha-canção. Neste bioma, vivia a ararinha azul, vista pela última vez na natureza em 2000 e considerada extinta pelo Ibama.
Também existem muitos mamíferos na caatinga. Entre as árvores secas e em terrenos pedregosos, vivem onças, gatos selvagens, capivaras, gambás, preás, macacos-prego, e o veado catingueiro, também ameaçado de extinção como a ararinha azul.
Vegetação Quando falamos em caatinga sempre vem às nossas cabeças a imagem de um ambiente árido, seco, com árvores quase sem folhas e esbranquiçadas. Bom, realmente é assim que a vegetação da caatinga se apresenta em grande parte do ano. Entretanto, em época de chuvas, a caatinga muda seu aspecto: a paisagem fica verde e aparecem até flores.
A vegetação da caatinga é composta por plantas xerófitas. Isto porque ela é formada por espécies que acabaram desenvolvendo mecanismos para sobreviverem em um ambiente com poucas chuvas e baixa umidade. No bioma são comuns árvores baixas e arbustos. Espinhos estão presentes em muitas espécies vegetais. Nos cactos, por exemplo, eles são folhas que se modificaram ao longo da evolução, fazendo com que a perda de água pela transpiração seja menor.
Ainda para evitar a perda de água, algumas plantas simplesmente perdem suas folhas na estação seca. Por isso, parece que toda a vegetação está morta, sem folhas, sem verde, só caules e troncos secos e retorcidos. Mas não está. Na verdade, as plantas permanecem vivas, utilizando, por exemplo, suas raízes bem desenvolvidas para obter água armazenada no solo. Outras espécies desenvolvem raízes na superfície, o que lhes permite, no período das chuvas, absorver o máximo possível da água que cai sobre os terrenos. Existem espécies que apresentam outra solução para o problema: elas mesmas armazenam água. É o caso dos cactos.
Os cactos são muito representativos da vegetação da caatinga. Mas não são os únicos representantes. Mesmo com o curto período de chuvas, existe uma variedade de espécies vegetais. Entre elas estão o mandacaru, a coroa-de-frade, o xique-xique, o juazeiro, o umbuzeiro e a aroeira.
Solo De forma geral, o solo é raso, rico em minerais, mas pobre em matéria orgânica, já que a decomposição desta matéria é prejudicada pelo calor e a luminosidade, intensos durante todo ano na caatinga.
Fragmentos de rochas são frequentes na superfície, o que dá ao solo um aspecto pedregoso. Este solo com muitas pedras dificilmente armazena a água que cai no período das chuvas.
A presença de minerais no solo da caatinga é garantia de fertilidade em um ambiente que sofre com a falta de chuvas. Por isso, nos poucos meses em que a chuva cai, algumas regiões secas rapidamente se transformam, dando espaço a árvores verdes e gramíneas.
Relevo O relevo da caatinga apresenta duas formações dominantes: planaltos e grandes depressões. Como você já viu, são comuns fragmentos de rochas na superfície do solo. Nas regiões mais altas, estes fragmentos também existem. É comum olhar para planaltos nordestinos e ver em seus topos grandes pedras, parecendo que irão rolar a qualquer momento! Mas fique tranquilo, pode passear pela caatinga sem medo, pois estas pedras são normais no relevo deste bioma.
As depressões são terrenos aplainados, normalmente mais baixos que as áreas em seu entorno e que podem apresentar colinas. As maiores depressões da região são a Sanfranciscana, a Cearense e a do Meio Norte.
O planalto é uma grande barreira para as nuvens carregadas de umidade que vêm do oceano Atlântico em direção ao interior. Quando essas nuvens encontram este "paredão", elas se condensam, provocando chuvas nas regiões mais baixas do lado oriental do planalto, ou seja, o lado voltado para o oceano. As nuvens não conseguem ultrapassar o planalto da Borborema. Isto dificulta a ocorrência de chuvas do lado ocidental, que é marcado pela seca. Este lado seco é o que faz parte do bioma caatinga.
Água Os rios que fazem parte da caatinga brasileira são, em maioria, intermitentes ou temporários. Isto quer dizer que estes rios secam em períodos em que não chove. No caso deste bioma, onde há escassez de chuva durante maior parte do ano, os rios que nascem na região ficam secos por longos períodos.
Rios que nascem em outros lugares, como o São Francisco e o Parnaíba, são fundamentais para a vida na caatinga, pois atravessam os terrenos quentes e secos em seu caminho para o mar. Estes rios são tão importantes que deram nome a duas bacias hidrográficas que banham o território: a Bacia do Rio São Francisco e a Bacia do Rio Parnaíba. A Bacia Costeira do Nordeste Oriental também está localizada nesta região. Para enfrentar a falta de água nas estações secas, os moradores da caatinga constroem poços, cacimbas e açudes. Mesmo com estes mecanismos, na maior parte das vezes, só conseguem obter água salobra, imprópria para consumo.
Clima O clima da caatinga é chamado semiárido. São características desse tipo de clima a baixa umidade e o pouco volume pluviométrico, ou seja, uma quantidade reduzida de chuvas.Este clima irregular influencia o curso dos rios, que secam em determinadas épocas; diminui a disponibilidade de água para plantas, animais e para os homens; aumenta a aridez do ambiente. O clima é então um fator determinante na caatinga: ele acaba definindo a paisagem e os hábitos dos moradores deste bioma.

Bioma Costeiro



A costa brasileira tem 8.500 km de extensão. Ao longo dela, há diversos ecossistemas. O bioma Costeiro é a reunião destes ecossistemas que existem ao longo do litoral. São manguezais, restingas, dunas, praias, ilhas, costões rochosos, baías, brejos e recifes de corais, entre outros.
Como os ecossistemas ocorrem em toda costa brasileira, as características do bioma costeiro variam muito de um lugar para outro: em algumas regiões predominam algumas espécies vegetais, animais e determinados aspectos físicos.
Não é possível então falar de características comuns de fauna, vegetação, solo, relevo e clima. Por isso, neste último texto da série sobre os biomas brasileiros, faremos de outra forma: falaremos separadamente de alguns ecossistemas que compõem o bioma costeiro.
Manguezais
Os manguezais estão em áreas de transição entre o ambiente terrestre e o marinho. São comuns em estuários (lugares onde rios encontram o mar), enseadas e em lagunas de água salgada. Eles estão presentes em cerca de 30% da costa brasileira.
O solo dos manguezais é lodoso, negro e profundo e fica constantemente inundado. Nele está uma rica camada de matéria orgânica, que é decomposta por micro-organismos e, assim, pode voltar ao meio na forma de nutrientes.
Uma vegetação densa e intrincada caracteriza os manguezais. Normalmente são árvores de raízes aéreas, isto é, que se desenvolvem a partir do caule. No caso das árvores dos manguezais, são do tipo respiratórias, pois possuem pequenos furinhos (pneumatódios) que permitem a aeração. Em geral, a vegetação é denominada Mangue e inclui os tipos vermelhos, brancos, botões e siriúbas. Também podem ser vistas algas,liquens, orquídeas, bromélias e samambaias no mangue.
Como é um ambiente inundado, o manguezal é morada de muitos peixes, moluscos e crustáceos. São sardinhas, garoupas e tainhas. Mariscos e ostras. O ambiente funciona como berçário. Lá algumas espécies nascem e permanecem até a fase adulta. Em galerias escavadas no solo, escondem-se os caranguejos durante a maré baixa. Quando a maré está alta, esses habitantes dos manguezais sobem nos troncos e nas árvores.
Aves marinhas também fazem parte deste ecossistema: se você for a um manguezal pode ver garças e colhereiros. E também pode se deparar com alguns mamíferos que lá buscam refúgio, como as lontras e o mão-pelada.
Costões rochosos
Costões rochosos são ambientes costeiros que, como o próprio nome diz, estão localizados em rochas a beira mar. Eles existem por quase todo o litoral brasileiro: do Maranhão ao Rio Grande do Sul.
São mais comuns em regiões onde existem serras próximas ao mar. Fazem parte destes ecossistemas falésias e matacões, que são fragmentos de rocha em formado esférico.
A maior parte dos organismos encontrados num costão rochoso está relacionada ao mar. Esses seres utilizam os costões para fixação ou locomoção.
Fazem parte da fauna deste ecossistema esponjas do mar, anêmonas, caranguejos, camarões e ouriços.
Nos costões rochosos aparecem inúmeras algas. Algas azuis, verdes, vermelhas e pardas caracterizam este ambiente.
Dunas
As dunas são elevações formadas pelo acúmulo de areia transportada pelo vento. Elas aparecem em áreas com grandes faixas de areia seca. À medida que vai crescendo, a duna se torna um obstáculo maior para o próprio vento e vai assim vai recebendo e acumulando mais areia.
Fauna e flora são escassas nas dunas. Poucos animais estão adaptados à vida neste ambiente condicionado pelo vento. Entre eles estão alguns insetos e o tuco-tuco, roedor que escava a areia.
Quanto à vegetação, são comuns gramíneas e plantas rasteiras, como o cipó-de-flores. Estas plantas têm um papel importante na fixação das dunas: suas raízes muitas vezes impedem que a areia seja levada pelo vento.
Restingas São conjuntos de dunas e areais. A vegetação é então semelhante à das dunas: baixa e rasteira. Mas, sendo um ecossistema maior, a restinga guarda mais espécies que a duna. Entre a vegetação são comuns araçás-da-praia, sumarés, açucenas, bromélias, orquídeas e sepetibas.
A fauna é formada principalmente por caranguejos, viúvas-negras, baratas, sabiás, corujas e pererecas. Mas o espaço também é utilizado por outros animais: aves migratórias, o maçarico e o gaivotão utilizam as restingas para descansar, assim como alguns mamíferos, como o elefante marinho e o lobo marinho. Tartarugas marinhas utilizam a área para reprodução e desova.